Graciliano Ramos, um romancista de poucas dívidas e cinco ternos de roupa estragados. Nascido em 1892, casado duas vezes e pai de sete filhos, o autor se descreve, em “Auto-retrato aos 56 anos”, como um ateu indiferente à Academia, e menciona desejar a morte do capitalismo. O tom das palavras na obra que o descreve é crítico e reflexivo. E é com o mesmo tom que o autor compôs a trilogia Caetés (1933), São Bernardo (1934) e Angústia (1936) –produções marcadas pela narrativa em primeira pessoa, com descrições sobre seres em contínuo questionamento consigo mesmo e com o mundo. A nossa dica de hoje é sobre a última obra dessa trilogia: Angústia.
Em Angústia, Luís da Silva, um funcionário público e jornalista inexpressivo, alimenta um ódio profundo pelo sistema que o oprime, na obra, representado por Julião Tavares, um moço rico, gordo, bem vestido e extremamente falante. Na trama, Julião, com seus agrados falsos e seu poder econômico, acaba conquistando Marina, então noiva de Luís.
A trama, ao apresentar o universo psicológico de Luís da Silva, faz com que o sentimento de angústia envolva o leitor durante toda a leitura, levando a uma imersão na consciência do protagonista, que afunda no ciúme e no ressentimento. “Não sou um rato, não quero ser um rato”, diz Luís, remoendo suas dores.
Angústia foi lançado no período em que o autor esteve preso pelo governo de Getúlio Vargas. No mesmo ano de seu lançamento, em 1936, o livro ganhou o prêmio “Lima Barreto”, entregue pela Revista Acadêmica, o que reforçou o reconhecimento de Graciliano Ramos como um dos maiores escritores da literatura brasileira.
Agora é hora de mergulhar nesse universo de sentimentos trazidos por Graciliano e de se preparar para o Vestibular de Inverno UNITAU 2015, uma vez que a obra é leitura obrigatória. #VestibularUNITAU #LeiturasObrigatórias #VestibularDeInverno2015
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